Contos de Quinta...
O Bom e Velho
Heterossexual
Masculino
Para Gigi.
Esta é uma coluna basicamente dedica à instrução das mulheres sobre as manifestações de vida de um bom e velho heterossexual masculino. Não quero dizer com isso que sua leitura não seja indicada aos homens de plantão que, durante sua pesquisa sobre pornografia na internet, acabaram caindo nesta página virtual sem mulheres nuas. Para estes bravos exemplares da boa e velha heterossexualidade masculina o material publicado aqui é, sem dúvida alguma, de substância tão corriqueira quanto é, para a palma de suas próprias mãos, a composição de seu próprio esperma.
Logicamente, se você me pergunta “o que é um bom e velho heterossexual masculino?”, presumo que seja do sexo feminino ou que, na melhor das hipóteses, ainda não percebeu que joga no time “errado”. Nós, bons e velhos, simplesmente agimos por instinto e não falamos muito a respeito de nós mesmos. Aliás, diga-se de passagem, “conversar”, “explicar”, “se abrir”, são verbos que não se encaixam em nosso perfil.
Esta coluna, ao discutir comportamentos típicos dos bons e velhos, é quase uma mostra de sensibilidade e, assim sendo, um arranhão na boa e velha imagem heterossexual. Contudo, explicada em nossa boa e velha linguagem, a revelação de tais angústias deixa de ser comprometedoramente sensível para se tornar um bastião de nossa imutável estirpe.
Bem, como introduzi tudo assim de forma curta e grossa, gostaria de esclarecer que a discussão de hoje se concentra na boa e velha comunicabilidade heterossexual masculina e seus principais vértices temáticos. Inicialmente, devemos levar em conta fatores bastante simples: homens falam pouco. E homens nunca falam sobre homens. Homens só falam sobre mulheres e viados e, quando falam de homens, é para acusá-los de serem viados.
Sim, somos realmente seres muito simples, por isso somos tão contidos. As mulheres, por outro lado, são mais complicadas, quer dizer, complexas, e por isso falam pelos cotovelos. A grande verdade é que nós, bons e velhos, não perguntamos. Nós presumimos. Por isso não pedimos informação na rua e nem gostamos de debater nosso relacionamento. Nossa carga de responsabilidade se esgota na assinatura do cheque – ato solitário e mudo – e nunca ousa adentrar, de fato, a seara do planejamento. Nós, bons e velhos, odiamos vendedores de loja justamente por isso. Pelo excesso de comunicação e comprometimento. Não queremos “bom dia, senhor” nem sorrisos ou sugestões. Queremos apenas trocar uma quantidade de dinheiro por um blusão verde e só – e queremos o direito de chamá-lo de blusão!
Mas existe algo que nos torna eloqüentes e capazes de articulações sem fim, condensando, de uma só tacada, toda a base de nossa filosofia de vida: o bom e velho humor heterossexual masculino. Não se encontra uma única rodinha de bons e velhos em que não predomine este tipo peculiar de comunicação, cuja base fundamental é o binômio vigilância/duplo-sentido. É preciso dizer, inclusive, que a força desta dinâmica é tão feroz que, uma vez instaurada, deixa o ambiente sob um constante estado de tensão no qual ninguém se preocupa com nada mais que não seja “evitar dar mole” para o outro.
Este interessantíssimo modus vivendi é tão antigo – daí o termo “bom e velho” – que remonta, de fato, aos tempos pré-históricos. Recentes estudos demonstram que o processo da fala se iniciou justamente por conta dos impulsos heterossexuais masculinos (nesse tempo “bom e jovem”) manifestos nos primeiros homo sapiens sapiens. Tal fato “deu-se” quando na Terra ainda preponderava o homo erectus – homossexuais de pau duro que dominavam o planeta há cerca de trinta milhões de ânus atrás – e os primeiros bons e velhos sentiram vontade de se manifestar a respeito de seus estranhos comportamentos.
Logicamente, se você me pergunta “o que é um bom e velho heterossexual masculino?”, presumo que seja do sexo feminino ou que, na melhor das hipóteses, ainda não percebeu que joga no time “errado”. Nós, bons e velhos, simplesmente agimos por instinto e não falamos muito a respeito de nós mesmos. Aliás, diga-se de passagem, “conversar”, “explicar”, “se abrir”, são verbos que não se encaixam em nosso perfil.
Esta coluna, ao discutir comportamentos típicos dos bons e velhos, é quase uma mostra de sensibilidade e, assim sendo, um arranhão na boa e velha imagem heterossexual. Contudo, explicada em nossa boa e velha linguagem, a revelação de tais angústias deixa de ser comprometedoramente sensível para se tornar um bastião de nossa imutável estirpe.
Bem, como introduzi tudo assim de forma curta e grossa, gostaria de esclarecer que a discussão de hoje se concentra na boa e velha comunicabilidade heterossexual masculina e seus principais vértices temáticos. Inicialmente, devemos levar em conta fatores bastante simples: homens falam pouco. E homens nunca falam sobre homens. Homens só falam sobre mulheres e viados e, quando falam de homens, é para acusá-los de serem viados.
Sim, somos realmente seres muito simples, por isso somos tão contidos. As mulheres, por outro lado, são mais complicadas, quer dizer, complexas, e por isso falam pelos cotovelos. A grande verdade é que nós, bons e velhos, não perguntamos. Nós presumimos. Por isso não pedimos informação na rua e nem gostamos de debater nosso relacionamento. Nossa carga de responsabilidade se esgota na assinatura do cheque – ato solitário e mudo – e nunca ousa adentrar, de fato, a seara do planejamento. Nós, bons e velhos, odiamos vendedores de loja justamente por isso. Pelo excesso de comunicação e comprometimento. Não queremos “bom dia, senhor” nem sorrisos ou sugestões. Queremos apenas trocar uma quantidade de dinheiro por um blusão verde e só – e queremos o direito de chamá-lo de blusão!
Mas existe algo que nos torna eloqüentes e capazes de articulações sem fim, condensando, de uma só tacada, toda a base de nossa filosofia de vida: o bom e velho humor heterossexual masculino. Não se encontra uma única rodinha de bons e velhos em que não predomine este tipo peculiar de comunicação, cuja base fundamental é o binômio vigilância/duplo-sentido. É preciso dizer, inclusive, que a força desta dinâmica é tão feroz que, uma vez instaurada, deixa o ambiente sob um constante estado de tensão no qual ninguém se preocupa com nada mais que não seja “evitar dar mole” para o outro.
Este interessantíssimo modus vivendi é tão antigo – daí o termo “bom e velho” – que remonta, de fato, aos tempos pré-históricos. Recentes estudos demonstram que o processo da fala se iniciou justamente por conta dos impulsos heterossexuais masculinos (nesse tempo “bom e jovem”) manifestos nos primeiros homo sapiens sapiens. Tal fato “deu-se” quando na Terra ainda preponderava o homo erectus – homossexuais de pau duro que dominavam o planeta há cerca de trinta milhões de ânus atrás – e os primeiros bons e velhos sentiram vontade de se manifestar a respeito de seus estranhos comportamentos.
Foi quando nosso “pai ancestral” conseguiu articular o primeiro “hum...” (que hoje em dia vem acompanhado de um “sei não, hein...”) ao ver um homo passando serelepe que, finalmente, o homem aprendeu a se comunicar por meio de signos linguísticos complexos e deu os primeiros passos em direção às piadas de viado e à construção de toda uma sociedade dinâmica e próspera, pautada em pauladas na cabeça da mulher amada, carne assada e arte viril em cavernas.
Sim, realmente o mundo mudou muito desde a "Era de Ouro Pré-Histórica". Mas somos seres muito simples e fiéis aos nossos proclames. Somos resistentes. Somos imutáveis. Somos bons e velhos heterossexuais masculinos.
* texto de Omar Kassin, o Turco do Bigode. Não nos responsabilizamos por suas opiniões. Em caso de insulto, entre em contato com o Sr. Olavo Lebre Cabrito - o advogado das celebridades. Ou simplesmente leia o MANIFESTO PELA IRONIA repruduzido no fim desta página. Obrigado.
25 comentários:
DEUZ ZU LIV !!!
É por essas e outras que as lésbicas aumentam cada vez mais...
rsrsrsrs
ahahaahahhaha eu vou enfartar!!!
ameiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
noossa, que texto tão.... heteressexual masculino!!!!!
Muito obrigado Juju. Mas lembre-se: uma imagem vale mais do que mil palavras...
Quiçá o bom e velho silêncio heterossexual seja mais loquaz do que o conto corrente.
HAHAHAHAHAAHAHAAHAHAHA!!!!!
Ai Diogo, quase fiz xixi nas calças de tanto rir com o Turco do Bigode...
Totalmente excelente!!
"de bigode" são esses turcos modernos, adeptos da virilha cavada. na minha época, seguindo as leis do alcorão, q recomendam a barba aos homens, os turcos usavam cavanhaque!
Bah! Nunca vi um texto tão bom e velho sobre o heterosexual masculino!!!
Pq nenhum homem esclareceu isso antes?
Hehehehe dá até pra desconfiar*...rs
Parabéns!!!
Abraços.
* tentativa de usar o bom e velho humor heterossexual masculino...rs
Turco do bigode? Freddie Mercury? hum...
ASeASeuASHehASe
Por isso que eu adoro vir aqui!!!
Me divirto com esses textos!!
ASeaSehASUehashe
Devo dizer, que eu sou um usuário do "bom e velho" linguajar "duplo-sentido"!!!
Tem coisa melhor [tirando o óbvio] do que se juntar numa roda de amigos, e ficar falando besteira enquanto se toma um gelada??
A boa e velha ironia do Diogo Lyra...hahahahahahaha Não, e essa perspectiva histórica?! É fan-tás-ti-co!
Ai, ai, ai, meu Deus!!!!!!!!!!!!!
Acho que foi a coisa mais engraçada que eu já li sobre os homens na minha vida!!
HUAHUAHUAHUAHUAHAUHAUHAUHAUHAUHAUHAHAUHAHAUHAUHAUHAUHAUHAUHAUHAUHAUAHUAHUAAUHAUHAUHAUHAUHA
UFA!
ADOREI!
genial. genial. adoreeeeeeeiiiiiii.
Isso devia ser entregue as mulheres do mundo inteiro via sedex!
rsrsrsrs
em tempos de patrulhamento de tudo que se diz, onde negro é afordescendente, viado é homossexual, aleijado é pessoa portadora de deficiência física e anão é pessoa portadora de deficiência vertical, um humor como o do bom e velho representa um alívio para aqueles risinhos politicamente incorretos de canto de boca.
Às gargalhadas!
putaqueopariu Diogo!
se uma das minhas "Mulheres sob Descontrole" pega esse cara... nussa! a briga ia ser boa!
hhuhauhauhahaa
cara! cara! que raiva que me dá!
o pior é subestimar-nos com coisas do tipo: "Logicamente, se você me pergunta “o que é um bom e velho heterossexual masculino?”, presumo que seja do sexo feminino"
ai ai ai ai ai!
ahahahahahahhahahaaaa
isso não é subestimar; é que só pode desconhecer o que significa isso quem for totalmente alheio a este universo.
Ai, desccobri tardiamente, que sou um velho e bom heterossexual masculino, ai que ódio!!!
Sensacional!!! Grande, um retorno aos valores machistas! Bons e velhos heterosexuais masculinos ainda existimos, embora daqui a pouco seja obrigatório ser gay no rio de janeiro (já está legalizado). Parabéns ao turco pela coragem, e ao faxineiro pela limpeza.
achei uma merda...rs
Pois é, as mulheres de hoje põem a sua agressividade prá confabular com os também emancipados e agressivos habitantes do mundo GLS e quanto a nós heterosexuais só nos resta confabularmos com a nossa caneca de cerveja o que parece uma ótima idéia...he,he,he
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