Fundo de Quintal Literário

quinta-feira, novembro 23, 2006

3 comentários:

Anônimo disse...: trata-se nitidamente de um caso de preconceito e discriminacão com os afro-cultos. equiparando macumba a lixo, o autor do aviso tenta jogar na lama geracões de cultura de resistencia contra a dominacão sangrenta a que foram submetidos os afro-religiosos.

simplesmente ultrajante, e penso mesmo se não seria o caso de uma acão judicial.; sexta-feira, novembro 24, 2006 7:57:00 AM
Anônimo disse...: mas se ao menos as entidades viessem buscar o que lhes é ofertado...

hm... ou é melhor fazer o despacho na esquina da vincius com a prudente? é uma boa!; sábado, novembro 25, 2006 5:04:00 PM
Tamires disse...: huahuahauhauhuahauhauhauhua
Eu acho muito engraçado esses angulo de visão extremamente simples.; quinta-feira, abril 19, 2007 5:22:00 PM

MANIFESTO PELA IRONIA

"Seria bom apreender a precariedade de toda relação linguageira que não toma como modelo o performativo seguindo, pelo rastro, os efeitos éticos produzidos pela subversão da linguagem no humor, na ironia ou no cinismo: quantas brincadeiras causam embaraço quando não foram entendidas tais como foram pronunciadas?

Fabricadas na brincadeira, no sarcasmo (...) e no delírio verbal voluntário, na ironia entram em consideração as sublimações da agresividade, as desconstruções reais, as confusões fabricadas pelo instinto, o espírito brincalhão, a alma ingênua, e tudo isso na hipótese de o receptor entender a distorção e ser capaz de restaurar aquilo que é verdadeiramente necessário apreender.

O jogo com a inteligência do outro supõe uma capacidade, pelo menos igual entre os protagonistas, de subverter a linguagem, com o propósito de pintar um retrato fiel daquilo que se quer mostrar.

A ironia é jogo com o jogo na intenção de fazer emergir o sério, sob forma paradoxal, lá onde não o esperávamos mais. Ela desestabiliza para assentar, destrói para construir (...) ela se apóia no mal-entendido voluntário, posto em atividade propositadamente: quantas devastações ela produz? Tantas e tão bem que ela só é utilizável, ainda aí, como um princípio seletivo, com aqueles que a entendem.

As virtuosidades lingüísticas exigem interlocutores dignos dela. Ora, cada relação com o outro, enquanto medatizada pela palavra, supõe um mínimo de talento e destreza. Sem isso, aí novamente, a relação ética é contrariada, ou seja, impossível.

Aqueles que não sabem e nem podem participar, compreender os subentendidos, o humor, a ironia, as metáforas e outros jogos de linguagem são incapazes de fazer coincidir o mundo e as palavras que o designam em seus detalhes. Tampouco, portanto, sabem eles fazer corresponder as declarações e os atos.

A linguagem é, para eles, uma prisão dourada, um instrumento perverso que os destrói e os desconsidera, à medida que a usam".

(Michel Onfray em "Da Aristocracia ou As Afinidades Eletivas")

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quinta-feira, novembro 23, 2006

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