O mundo coprofólico enfrenta, com o passar dos tempos, uma série de entraves situados para além do mau funcionamento intestinal. Não se trata, contudo, de um debate recente este que, por nós, intelectuais da escatologia, é conhecido como metafísica do cocô.
Nesse sentido, é no texto bíblico do Gênesis que encontramos, sob aura sacra, a primeira referência acerca do tema, explícito no relato sobre a criação. A passagem reveladora do texto sagrado conta sem pudores aos homens de bom coração que, no início dos tempos, “do barro (de Deus) fez-se o homem”.
Desde então, na tentativa de compreender seu lugar no mundo, a raça humana procurou respostas para sua condição universal e, no curso evolutivo de sua história singular, subverteu crenças, derrubou dogmas e instaurou, por repetidas vezes, uma nova perspectiva, diametralmente oposta à anterior, sobre a relação homem/merda.
Com o Iluminismo, e a crença no homem como centro do mundo, nasceu a corrente filosófica que pregava justamente o contrário do texto bíblico de Gênesis. Sua argumentação fundamental dizia que “se do barro fez-se o homem, do Homem também se faz o barro”. Nesses tempos de luzes os banheiros eram locais de efervescentes trocas, freqüentados por intelectuais e artistas interessados em experimentar a sensação divina do ato da merda. A estátua “O Pensador” - uma das mais famosas esculturas de bronze do escultor francês Auguste Rodin – é uma homenagem ao espírito engrandecedor desse período.
Os novos tempos modernos trouxeram consigo uma reviravolta na realidade do cocô. Do Iluminismo à Revolução Industrial, o homem passou a se sentir tão igual a Deus que resolveu renegar sua obra, no caso, a merda, e cagar para o próprio homem. Por muito tempo os operários de todo o mundo – homens, mulheres e criancinhas – foram tratados como dejeto e jogados no vaso sanitário do capitalismo para que os governos dessem descarga...
Atualmente a pós-modernidade vem suscitando questões relevantes sobre a relação cotidiana estabelecida entre o homem e a merda. Um dos estudos mais interessantes sobre o tema vem do antropólogo russo Brunov Cardovsky Osorov, que estuda o papel do papel higiênico no dia-a-dia do homem pós-moderno. O intelectual propõe uma visão dualista sobre “o ato da limpeza barro-metafísico representado pelo papel higiênico”, que consiste, segundo sua teoria, numa “escolha coordenada assindética entre dois tipos clássicos de papel: o rasga-cu e o borra-dedo” (Osorov, 2005).
Ferir o ânus ou borrar o dedo: eis a questão dos novos tempos. Entretanto o que não muda, desde que o primeiro hominídeo pisou na Terra, é que somos seres cagantes e a única coisa que nos diferencia dos outros animais é que tratamos a merda com vergonha. A despeito de fazermos as maiores cagadas do planeta.
Dr. Iohannas Beebop
PHD em Escatologia
Universidade Chicago, Boston.
32 comentários:
o erro é ontológico, neste caso.
valendo-me da escolha entre os tipos de papel, proposta ao final do texto, proponho que se passe à discussão da dialética do cocô.
como em qualquer outro campo filosófico bem estruturado, uma dialética bem assentada sobre sua própria cabeça, derivada do modelo hegelo-marxiano, pode fornecer as melhores interpretações, bem como os caminhos mais adequados para a ação.
os homens até o momento se preocuparam apenas com liberar o barro; é chegado o momento de modelar!
como todo neo-pós-pós que se preze, este antropóopgo está engrupindo os leitores.
todos sabem que gente de tal orientação teórica acredita ter superado a velha dialética materialista histórica do cocô/papel a partir da adoção do chuveirinho.
achei uma merda. no bom sentido.
e aí, nobre conviva, será que até amanhã a gente bate a marca dos 10.000 visitantes no FQL? Vou ver se acesso o blog de outro computador pra dar uma acelerada no processo!
Tomara que o filha da puta do doutor Cabrito não seja o felizardo décimo milésimo...
abraço.
Esse texto pode ser divertido, mas diversão mesmo você encontra no site interativo do Pino Solto: músicas da banda para ouvir e baixar; vídeos exclusivos de apresentações ao vivo; fotos; blog e uma infinidade de atrações. Muito melhor que o blog do filho-da-puta do Diogo...
Na França, alguns banheiros de rodoviárias são especialmente desenhados para que o sujeito, seja ele francês ou turista, possa cagar de pé: não há vaso, apenas marcas para se colocar os pés enquanto se fica na posição de cócoras e um buraco no meio do chão da pequena cabine, cercado por paredes inclinadas para que o produto cagante, caso não caia exatamente no buraco por falta de mira do seu produtor, possa deslizar suavemente até o seu destino.
Já na Holanda, alguns vasos sanitários possuem o buraco não no meio, mas bem no fundo da louça, para que o sujeito, ao libertar o mandela, não corra o risco de sofrer o efeito merda-bate-na-água-que-bate-na-bunda. Dessa forma, o cagante tem a chance de olhar para suas fezes antes de apertar a descarga, que com um forte jato as empurra para o fundo do vaso. Isso poderia colocar o povo deste páis baixo como a exceção dos agrupamentos humanos que, via de regra, se envergonham da própria merda - mesmo que, no seu íntimo, apreciem o trabalho feito.
em timbuktu, o sujeito caga no mato e tampa com terra.
detesto quando a água bate na bunda....
Jovens! caso enfrentem algum problema nesta área, me procurem. Vocês voltarão a funcionar como um reloginho!!!!
Ui, fiquei até com medo de ir ao banheiro...
putz!
Cara!
quanto argumento! ahahaha
que da hora!
A despeito de fazermos as maiores cagadas do planeta. Mil vezes pode crer.
Somente um BOM escritor é capaz de faer d'uma merda um texto intrigante e prender o leitor à narrativa: genial.
GENIAAAL!!!!!! Eu tô bege!!Caprichou até na escolha dos nomes!
Definitivamente engraçado!!!! Estou AMANDO semana escatológica!
É... um tema mesmo universal!
;D
vaaaaai dar uma meeerdaaa...
MERDA é SORTE!
Puta merda, quanta merda!!!
TÁ CERTO DIOGO,APESAR DA SUA CONSTANTE TENTATIVA EM MODIFICAR AS PALAVRAS DE DEUS VC ME FEZ RIR DESSA SUA VIAJEM DE MERDA.
Um viva ao Professor Doutor Iohannas Beebop!
brilhante, brilhante!
e não pude evitar as risadas!
há tempos quero fazer um post escatológico no blog, mas faltava coragem! nós nunca deveríamos sair da fase anal, hahahahahaha... quando éramos bebês, considerávamos nossos cocôs, um presente pros nossos pais! nós éramos pequenos deuses, hahahahaha...
bjus!
E quem disse que precisa sair da fase anal?!
Na cadeia, quando a galera está de bobeira, alguém caga no jornal e joga na cela em frente. Aí, na hora do banho de sol, a porrada come e acaba a monotonia. O nome que se dá à merda voadora é 'pombo sem asa'.
Senhoras e senhores, meu muito obrigado aos elogios tecidos sobre meu singelo artigo. Devo lembrá-los, contudo, que este não seria possível sem a ajuda de meu jovem assistente Flato Barroso.
Cordialmente,
Iohannas Beebop.
Grande merda...
O doutor iohannas ficou interessado na relação homem-merda após a sua famosa aventura com chilies, que o deixou com dolorosas lembranças...
Exatamente, Sr. Ledas. Para quem não sabe, nos meus tempos de jovem, participei de uma competição de consumo de chili, a qual ganhei após devorar 72 pratos do mesmo. O efeito do excesso de pimenta causou-me certos transtornos digestivos que, como bem assinalado, constituiu a pedra filosofal das minhas investigações acerca da relação homem-merda.
Q meRda, meu... Mas q bosta de postagem hein... ah, e falando nisso, era "rala-cu" e não "rasga cu" a categoria real usada, mas não tem problema, seu papel como cronista é mesmo exagerar a realidade.... ao invés de ralar, rasga logo a porra do cu, não vai ser meu mesmo, sou adepto do "borra-dedo"...
Hahahahahahahahaha! Sensacional divagação....
Danado de bom!
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